25.1.10

Casa nova! Mudamos para o endereço www.ladoerre.com


Amigos mudamos definitivamente para o sítio www.ladoerre.com. Mas para não dizer que somos mal agradecidos: valeu aos locatários do blogspot.com, ferramenta gratuita e de serviço de utilidade pública! Alguns textos que foram postados aqui no blogspot migrarão para o site.

Colem na nossa nova casa www.ladoerre.com. Espaço de fruição do pensamento, sentimentos e perturbação estética.

See ya!

12.1.10

Vagabunda Poesia




Por Rafael F.

Cresci parte da minha infância com esse poeta que fala, vomita, escarra palavras. Fala mansa, mente insana, conversa em cima do muro enquanto a bola rolava e a rede balançava. A bola passa a vida rola. Ele poeta, eu professor. Ele professor, eu escritor. E assim continuamos a sonhar com o céu azul jogando um basquete descalço, com dor no joelho e uma gargalhada extrema. Sonora,morna e torta.

Esse que fala com olho apertado e sorriso maroto esfumaçado poetico criativo critico ácido lírico etílico diaonisiaco... RONNE GREY.

9.12.09

Ent[R]evista – Outset [RN]



Por Rafael F.

Eles são guerreiros experientes. Oriundos de grandes bandas de rock extremo, o OUTSET é uma espécie de banda de férias que se tornou oficial. Pegada forte, contestação política e desgraceira social é o ambiente que esses 5 bons moços destilam suas doses de distorção e agressividade. Dispensando mais apresentações, segue o papo que tive com o amigo Pedro Henrique, vulgo P.H., guitarra e porta voz do grupo.

Vocês gravaram recentemente o ep "Living the Outset" depois de um hiato de alguns anos sem aparecer no cenário do rock extremo. Resurgiram das cinzas?
A banda nunca deixou de produzir mesmo quando esteve parada. Desde 2003, ano em que a banda foi formada, lançamos de tempos em tempos algum material. O primeiro registro do Outset foi logo em 2003 na coletânea "Natal Metal 2". Em 2005 lançamos a 1° demo "Welcome To The Outset" contendo 8 músicas inéditas e agora em 2009 acabamos de lançar pela Gallery Prod. a 2° demo "Living The Outset" que contém 4 novas músicas. Durante esses 6 anos de existência, mudamos várias vezes a formação mas nunca deixamos de produzir. Então creio que estávamos mais para um vulcão adormecido do que para um ressurgimento das cinzas.

Fala um pouco do processo de composição do "Living the Outset". Esse disco tem uma pegada mais agressiva, isso é reflexo dessa nova formação?
Passamos um tempo sem baterista depois que Felipe Nolla (Ex-Expose Your Hate) também deixou o Outset. Testamos alguns caras que não se encaixaram na proposta levantada pela banda. Então resolvemos chamar de volta Douglas para tocar conosco. Ele fez parte da 1° formação em 2003 chegando a registrar em estúdio 2 músicas que foram lançadas na "Natal Metal 2". Depois que Douglas voltou, começamos rapidamente e de forma natural as composições para a 2° demo. Decidimos então que gravaríamos 4 músicas novas para lançar uma outra demo ou então um Split com outra banda na linha. Como não chegamos a nenhum acordo com outra banda, decidimos lançar uma prévia do nosso full-lenght. O processo de composição foi fácil: muito ódio, instiga, vontade de tocar e ver mais um trabalho concretizado.
Quando falo em ódio, quero deixar bem claro que acredito na transformação desse sentimento enraizado culturalmente como sendo algo apenas negativo em algo positivo. Se eu sinto ódio contra algo ou alguém eu não preciso necessariamente destruir ou matar. Posso durante esse sentimento transformá-lo em contestação coerente através de um texto raivoso ou uma letra que resuma toda a minha decepção com as mazelas diárias da vida. Sem precisar violar a integridade de alguém. Para o lançamento dessa demo tivemos mais uma vez o apoio do grande brother Emydio da Gallery Productions do CE. e Hermam PriestKiller que mixou e masterizou mais uma vez nosso trabalho.

E essa parceria com a Gallery, como rolou?
Quero deixar aqui nosso imenso respeito e agradecimento pela ajuda da Gallery desde 2005. A Gallery é um selo de Fortaleza - CE que apoia o Outset desde 2005 e não pensou 2 vezes em nos apoiar nesse novo trabalho, mesmo contendo apenas 4 músicas. Emydio é um grande batalhador da cena e tem nosso imenso respeito pelo trabalho realizado ao longo de todos esses anos de dedicação. Quando eu fiz um show com o Expose Your Hate em Fortaleza conversamos e explicamos o que estávamos fazendo com o Outset no final de 2008 e ele prontamente nos apoiou nessa nova investida da banda.

Tenho a impressão que a movimentação do som extremo deu uma baixa nesses últimos anos aqui no Nordeste. Tire essa minha má impressão?
Não creio que tenha rolado uma baixa. Creio que isso seja uma herança do que era chamado outrora de underground. posso falar pelo que rola aqui no estado, na PB e no CE já que tenho amigos que movimentam a cena e também tocam em bandas. Aqui em Natal temos o Animal Fest e outros festivais organizados pelos guerreiros que realmente amam e fazem algo para ver as bandas do estilo tocando. O festival DoSol abre espaço para bandas extremas também, como podemos ver em 2008. Na Paraíba, pelas informações que tenho, parece que está um pouco mais devagar e mais difícil de se realizar. Em uma conversa com Henrique Grilo (Fucinho de Porco) ele me disse que os shows em João Pessoa estavam parados. Mesmo assim isso não reflete a produção das bandas, ótimas bandas diga-se de passagem. Já no Ceará a coisa é bem mais adiantada.

Quais são os próximos passos que a banda pretende dar. O hecatombe se aproxima. O tempo urge...
O próximo passo da banda é finalizar a pré-produção de 15 novas faixas, trampar mais um pouco nelas pra lançar nosso full-lenght em breve. Se der tempo, pretendemos entrar em estúdio no começo de 2010 pra começar as sessions de gravação. Em seguida é dar continuidade ao trabalho e tocar por aí depois que o CD for lançado. Até lá temos muito trabalho ainda.
Muitas pessoas esperam com ansiedade a hecatombe, pois investiram pesado para tirarem seus lucros com a desgraça do mundo. Diariamente vemos como a humanidade se empenha em melhorar algo, enquanto outros investem na degradação do indivíduo, desvalorização da ciência e super valorização dos mitos que continuam a alienar a humanidade por milênios. É daí que tiramos nossas letras, nossas inquietudes e nossos questionamentos acerca da maldade humana e de como ela se prolifera ao longo de todos esses séculos. Sempre haverá uma parcela investindo no medo, na paranóia, na humilhação e na privação dos pensamentos. Isso rende muito, como podemos constatar, as igrejas estão lotadas de falsos profetas ministrando o medo eterno e o ódio contra aqueles que não seguem suas ordens. A indústria bélica, justamente aos políticos e lobistas também enchem seus bolsos com essa nova paranóia do terror, do extremismo islâmico e da intolerância religiosa, enquanto os jovens dentro do seu próprio território se massacram em universidades. No Brasil a falta de educação é lucrativa para quem precisa da burrice alheia para se eleger e continuar semeando a ignorância por anos com falsas promessas, garantindo votos e muito dinheiro para suas safadezas ao longo dos anos. Portanto, creio que o hecatombe já está aí. O que virá a seguir será apenas o grande final. hehehehe

[+] www.myspace.com/outsetbr

Natal Rock City.




Agende-se. Click nas imagens e saque a programação. Nós do lado[R] estaremos nesses eventos.

Tudo junto e misturado.

4.12.09

dicas para o ca[R]natal

Por Rafael F.
1- Folião use a máscara não. esse lance de gripe suina é malhação. Cheire loló que o H1N1 passa longe.

2- Invista na fórmula: achaça, limão e mel. Tu já viu algum bebu gripar?

3-Abuse do espetinho de carne. Além de matar a LARA ainda faz a alegria do ambulante.

4 -Se você é vegan antenado, abuse do suco de limão com cachaça. De manhã na ressaca coma um melão antes do vomitão.

5- Tome toda a cerveja que aparecer na sua frante. Não importa de onde veio. A gipre suina passará longe.

6- Leve bem muito dinheiro pra o pinta te aguentar. Distribuição de renda e gozo já.

7- Bixo, tá por fora deixe quieto... porra de carnatal. Fume um e veja um filme. Ou então desabe pra uma praia. Bem longe.

1.12.09

Xubba Fest / Drops Fest. DoSol rumo a Crater City



Por Rafael F.

Conversamos com Rafael Cunha, vulgo Rafaum, vocalista e guitarrista da banda Distro e um dos cabeçudos do selo Xubba Musik e Coletivo Noize. No meio de dezembro a Xubba em parceria com a produtora DoSol realizam uma noitada rockeira na cidade de Mossoró, vulgo Crater City. Por lá já vi apresentações alucinantes. Só quem vai por lá, toca por lá e participa do carnaval rockeiro sabe do que estou falando.
Unindo a vontade de viajar e tocar na terra encantada de Crater City, uma ruma de rockeiro deixou o sedentarismo de lado e apostaram numa festa que não se sabe como vai acabar. Segue o bate papo ligeiro...

Quinze dias para o Xubba Fest?

Pois é né, boy!

Como estão os preparativos? Qual vai ser o local?
Rapaz, na verdade está tudo certo já: local, som, bandas, tudo resolvido. Hoje fecharemos o último patrocinador pra mandar bala nos cartazes nas universidades. A Rádio 95 de Mossoró irá fazer uma campanha no clube Carcará(Motoclube) de mossoró.

Como é essa inserção na rádio mossoroense? Por lá rola programa diário de rock que toca os artistas locais e uma pá de banda independente/underground. Nesse sentido parece que estão anos luz de nós aqui da capital no sentido de divulgação midiática.
Cara, o Kalyl(Pumping Engines e ex- Brand New Hate) conhece o cara lá da Rádio. Ele deu maior apoio em relação a divulgação do festival. Eu já ouvi várias vezes bandas locais e do interior do Ceará e RN tocando na rádio. Isso é muito bom sim. Se natal fosse assim, sem ter que rolar $$$$, seria irado.

Rockeiro é tudo liso mesmo ou isso é papo furado pra pagar de underground?
Rapaz... eu to me greando aqui.

Já entendi tudo... heheheeh
Somos lisos sim. Somos uns lisos querendo fazer um rock para os mossoroenses.


Dante[Calistoga] durante o Festival Dosol 2009, em Natal/RN


Como nasceu essa idéia de levar um festival pra mossoró? Lá tem um monte de banda doidona, as mais loucas que já vi ao vivo, por qual motivo a moçada tem tanta dificuldade de estruturar um festival de médio porte?
A idéia de fazer em Mossoró surgiu em conversa com o Kalyl, perguntei pra ele se seria possível fazer um festival em Mossoró. O primeiro motivo é que nunca toquei lá e sempre tive vontade, o outro são as ótimas bandas que a cidade vem revelando de uns tempos pra cá e acho que Mossoró tem rockeiro pra caralho pra curtir esse nosso rock doido! Daí começamos a correr atrás das coisas e conseguimos alguns patrocinadores, o resto vamos fazer rifa e se der tudo errado tiramos do bolso!

A idéia é estreitar os laços entre as duas cidades ?
Em Mossoró tem boas bandas, bons locais pra shows e pessoas bem interessadas e articuladas como Pedro[N.E.: Pedro Mendigo, vocalista do Catärro e Mahatma Gangue], Leitão[N.E.: Ex-guitarrista do Catärro e atualmente guitarra do Velociraptors, Lei do Cão e Cemitério de Elefantes], Kalyl... Acho que os dois primeiros estão na batalha faz um tempo, mas acho que ousar um pouco mais seria legal pra eles! Acho que tem muita gente louca lá que compareceria.
Sim a idéia é estreitar as fronteiras, já que somos do mesmo estado e é super válido um rock desses no interior, pra cidade criar cultura de ir pra esses rocks, seja em Nasdir Drinks, local de pequeno porte, como já é de costume acontecer em Mossoró, seja em locais maiores. Digo que dá pé!! Queremos fazer uns shows como se fossem chamadas para o festival durante o ano que vem! Pra no fim do ano estar mais consolidado. Acredito que ano que vem o festival tomará uma nova dimensão, vamos começar a tentar enquadrá-lo em lei de incentivo, pra fazer uma parada bem boa.

Limpeza! Convida a moçada pra festa... Joga aí os detalhes!
O Rock será dia 12 de dezembro a partir das 15h(pontualmente). Será realizado no Carcará Moto Clube, entrada custará apenas um quilo de alimento que você pode trocar na loja da Vivo do Shopping(atenção: os 100 primeiros que trocarem o kg de alimento pelo ingresso ganha um chip da vivo de grátis) e terá as seguintes bandas: Jurubebas, The Velociraptors, Mahatma Gangue, Leões de Minerva, Pumping Engines, Distro, Calistoga, Camarones Orquestra Guitarristica, Rejects e Venice Under Water.

Chamem todas as pessoas, sejam normais ou loucas, todos estão convidados pro Xubba Fest / Dosol Drops que vai ser no mínimo DOIDO. Compareçam and keep on rocking fucker boys!


[+] www.xubba.blogspot.com
[+] www.dosol.com.br

20.11.09

Errância

Só porque
erro
encontro
o que não se
procura

só porque
erro
invento
o labirinto

a busca
a coisa
a causa
da procura

só porque
erro
acerto:me
construo.

margem de
erro: margem
de liberdade


de: Orides Fontela

19.11.09

Festival Dosol - anexo Música Contemporânea

Debate [SP] tocando no Festival Dosol Música Contemporânea 2008



Texto Leandro Menezes & Rafael F.


Depois do caos que foi o Festival Dosol há uns dez dias atrás, chega a hora de amaciar os ouvidos com o “Música Contemporânea”, uma espécie de anexo cult do festival. Esse é o segundo ano dessa festa, que será ambientada novamente na belíssima Casa da Ribeira. Serão quatro dias de música boa, dessa quinta-feira até domingo, sempre a partir das 19h, pontualmente. E o melhor, entrada gratuita! A casa tem apenas umas 150 cadeiras, então chegue cedo pra garantir sua vaga. Valerá a pena!


Assim como fizemos no Festival Dosol “convencional”, também escrevemos algumas linhas falando bem/mal das bandas que irão tocar no Música Contemporânea. Se liguem:



Quinta-feira, 19 de novembro


Projeto Trinca [RN]

19h – AUTOMATICS [RN] Banda mais produtiva do rock poptiguar. Já perdemos as contas de quantos discos esses caras já lançaram. Se bem que isso não importa muito. O importante é a sinceridade e simplicidade de suas canções. Tente não se identificar com as melodias. Impossível!

Pra quem curte: Black Rebel Motorcycle Club, Jesus and Mary Chain, Astromato.

www.myspace.com/theautomaticsnatal


19:45hVISITANTES [SP] Formada em 2001, de lá pra cá lançaram apenas dois álbuns: “Tempos Difíceis” e “Na Brasa Fugaz da Cana Queimando”. Dizem as boas línguas que o som dos caras é uma mistura de grunge, rock psicodélico, jazz e samba. Será isso possivel? Eles vão tentar provar no palco.

Pra quem curte: barulheira grunge dos anos 90, água de coco na praia e um jazz pra arriar uma lombra.

www.myspace.com/visitantesbr


20:30hPROJETO TRINCA [RN] É a hora e a vez de deixar de brincar de banda no quarto dos fundos e mostrar a sua sonoridade para os ouvintes potiguares atentos. Essa será a primeira apresentação do já hypado Projeto Trinca. Nasceram um dia desses e já entraram na desgraceira do mundo adulto.

Pra quem curte: Los Hermanos, poprock, Nalva Melo e o Bule Café Atelier.

www.myspace.com/projetotrinca


Sexta-feira, 20 de novembro


Eu serei a Hiena [SP]


19h – A BANDA DE JOSEPH TOURTON [PE] Criatividade. Instrumental bem executado. Imagine o Hurtmold tomando sol em boa viagem. É mais ou menos por aí.

Pra quem curte: fumar um deitado numa rede, debaixo duma sombra.

www.myspace.com/josephtourton


19:45h – CAMARONES ORQUESTRA GUITARRÍSTICA [RN] Voltaram as atividades recentemente, com nova formação. Música dançante e animada. Rock simples, direto e sem vocal. Na terra do camarão, quem tem uma orquestra de guitarra é reis.

Pra quem curte: Man or astro man?, Hanna-Barbera e Ramones.

www.myspace.com/camaronesorquestraguitarristica


20:30hEU SEREI A HIENA [SP] Formada por integrantes de bandas reconhecidas do Hardcore nacional, a ESAH é um projeto instrumental que mistura a visceralidade do punk rock com a criatividade do jazz. Dizem que são influenciados pelo post-hardcore dischordiano e são um dos maiores representantes do gênero no país.

Pra quem curte: a cartilha fugaziana



Sábado, 21 de novembro


Seu Zé [RN]


19h – MACAXEIRA JAZZ [RN] Excelente banda instrumental da cidade. Os caras são uns moleques, mas fazem som de gente grande. Mistura inusitada entre chorinho, samba, jazz e música erudita. Os Macaxeiras não costumam tocar em eventos rockers da cidade, mas a gente não tá achando nem um pouco ruim a aparição dos caras no rolé.

Pra quem curte: Música de qualidade.

www.myspace.com/macaxeirajazz


19:45h – EXPERIÊNCIA ÁPYUS [RN] Marlus Ápyus foi baixista do Brigite Bereu, banda bacana aqui de Natal que por ironia do destino geográfico não alçou vôos mais altos. Das cinzas do Brigite, Marlus montou sua Experiência: temperou um pouco do que já fazia com pitadas de samba e word music. Se tivesse apimentado com o mesmo tempero que o Brigite, certeza que o projeto seria menos indigesto.

Pra quem curte: voz & violão.


20:30h – SEUZÉ [RN] Sempre falamos que os caras deveriam migrar de vez para o universo MPB. Se tivessem acatado nossa dica, talvez já estariam ricos. Brincadeiras a parte, o Seu Zé é uma das bandas que mais tocou na noite potiguar. Misturando rock com música regional, escreveram o nome do grupo na história da música poptiguar.

Pra quem curte: Chico Buarque e afins.

www.myspace.com/seuze




Domingo, 22 de novembro


Simona Talma [RN]


19h – ONOFFRE [RN] Projeto de dois macacos velhos do certame musical potiguar: Luiz Gadelha e Gabriel Souto. Poesia & música eletrônica. Rock, brega, funk carioca e drum and bass.

Pra quem curte: Dusouto e Poetas Elétricos.

www.myspace.com/onoffre


19:45h – TESLA ORQUESTRA [RN] Banda mais nova a tocar no festival, o pessoal do Tesla têm apenas alguns meses de vida. Acabaram entrando na programação de última hora, no lugar dos gaúchos do L.A.B., que não virão mais a Natal. O Tesla Orquestra toca uma música instrumental bem na linha do Explosions in the Sky e afins. A formação da banda conta com ex-integrantes de bandas esporrentas da cidade, como Frattelli, Verres Militares e Putritorium.

Pra quem curte: Explosions in the sky, Mogwai, El Ten Eleven.

www.myspace.com/teslaorquestra


20:30h – SIMONA TALMA [RN] Garantia de muitos susurros, seguidos de alguns “papapa papapa papas”. Simona Talma é uma simpática cantora, com uma voz muito legal. E acho que só.

Pra quem curte: Roberta Sá, uma boa fossa, a Céu e o inferno
www.myspace.com/mocavagal

13.11.09

Automaticamente em contraste: a maior linha de produção criativa do rock poptiguar não para...




Por Rafael F.

Chego em casa cansado pra caralho. Ônibus balança p/ burro. Leio o velho safado p/ espantar o tédio. .. Providencio um pequeno fino pra esquentar a mente. A cozinha tava um caos. Enlouqueço quando vejo uma pia cheia de vestígios humano. Quer saber? Fumar e olhar pra lua. Remédio melhor não há. Preparo a mente para a missão que se segue: lavar e guardar uma pilha de pratos, colheres, panelas...

Quando se está legal esse exercício se torna até divertido... Fato é que coloquei, in contrast, o novo disco do tHe AutomAtiCs para a primeira apreciação estética. Trilha sonora para lavar a louça. Ou melhor, para ouvir enquanto se lava os pratos. É ai que reside o perigo...

Solfejar as canções é coisa fácil. Alexandre Alves, vulgo The Boss, é o mestre que conduz a máquina automática. Melodias de voz e guitarras que produz um efeito idiossincrático. Acompanhado pelo parceiro de longa data e sócio criativo Henrique Pinto. A cada trabalho vejo melhor as guitarras. Rifferama. Camada sobre camada. Bom de ouvir. Sem contar com a cozinha, precisa como sempre. Augusto o homem das baquetas. Mexe o bolo, man. No baixo uma alma feminina serena,tímida e singela. Algo melhor não poderia ter acontecido para o grupo. Trouxe leveza para a barulheira. Levantou a poeira nas músicas mais calmas.

Sinto um automatics mais leve, ensolarado e poético.






12.11.09

Mazagão Velho e a Festa de São Tiago





Por Daniel Penado


A história é a seguinte: tem um lugar que se chama Mazagão Velho, pequeno vilarejo de origem luso-africana, que surgiu em 1770 como colônia para acolher 163 famílias que fugiam da costa do Marrocos, do quebra-pau que tava rolando entre cristãos e mulçumanos. O que mais me intriga é como um bando de gente chegou num lugar de tão difícil acesso: Mazagão fica há 1h30m de asfalto, mais um monte de estrada de terra e 2 balsas de distância de Macapá [AP], Amazônia, Brasil.

Faz 232 anos que essa cambada de portugueses e africanos relembram, durante 12 dias, como o soldado misterioso (o São Tiago) ajudou os cristãos à vencer as tropas do Rei Caldeira.
A festa recria todas as batalhas dessa guerra (é muita coisa, não vou falar tudo aqui) que é encenada pelos próprios moradores, cheio de imprevistos já que não tem ensaio, tudo na tora mermo. Para acompanhá-la, deve se ter no mínimo muita disposição. Acho que durante os 5 dias que passei lá, rolava pausas de 2 horas por dia, que era das 4hs às 6hs da manhã. A partir disso, já começava a soar tambores pelas ruas, fogos e o escambau fazendo zuada: a parada é extremamente tensa, politicamente incorreta, demasiadamente conturbada, cavaleiros de pinote pelas ruas, gente gritando, e tome mais fogos e tiros, um verdadeiro rebuliço.

Cenas surreais, como a de cavalos entrando na igreja, “caixas” (espécie de alfaias) levando um som extremante tribal para cristo, o baile dos mascarados no qual só entra homems de máscara (se por acaso alguma mulher entrar e for descoberta, é expulsa à base de dedadas) e os vuminês, que mais parecem rodas de pogo dentro das casas que são invadidas nas madrugadas, pelos primeiros cortejos da festa. À noite, muito techno brega, melody, zouk, cacicó e essas músicas que só tocam no Norte do Brasil, tudo isso à base de gengibirra, bebida feita de cachaça e gengibre. Dois copinhos e tu já tá doidão!


Infelizmente não há pousadas por lá, só uns quartinhos muito rústicos que os moradores alugam na época da festa.
Talvez, pra quem não mora em Macapá, possa parecer nada vantajoso fazer todo esse corre pra participar da festa de São Tiago... mas eu tive a sorte de estar morando em Macapá e fui conferir de perto. Como diria os amigos portugueses que faziam um documentário por lá: “Festa de São Tiago, é grande cena.”


Quando: 16 a 28 de julho

Onde: Mazagão Velho, distrito de Mazagão há umas 2 horas e meia de carro de Macapá.

Fotos: http://www.flickr.com/photos/alexsilveira